Tudo o que você queria saber sobre a transição planetária

Transição planetária: um novo capítulo na evolução da Terra.

O conceito de transição planetária é amplamente abordado no Espiritismo. E é um tema central para entendermos o atual estágio de evolução da Terra, bem como da humanidade. Este fenômeno envolve profundas transformações físicas, morais e espirituais, descrito como uma fase de preparação para um novo ciclo evolutivo. A Terra, então, deixará de ser um mundo de provas e expiações para se tornar um planeta de regeneração, atendendo ao progresso dos planetas, dentro da ordem universal.

Surgem, então, muitas perguntas:

Mas o que de fato vai acontecer?
A mudança vai ser de um dia para outro?
Por que se fala tanto dessa transição da Terra: é realmente importante?
Que diferença vai fazer para nós?

O conceito de transição planetária pode parecer recente para alguns. Entretanto, no livro “A Gênese”, publicado em 1868, bem como em outras obras fundamentais da Doutrina Espírita, encontramos várias alusões à transição. Destacamos, ao longo desta publicação, alguns trechos (em ítálico e entre aspas) do Capítulo XVIII – “São chegados os tempos”, que pode ser lido na íntegra para maior entendimento.

Continue lendo, pois vamos procurar esclarecer os pontos principais deste processo revelado pelo Espiritismo.

Quais as mudanças que ocorrem com a transição planetária?

“São chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade.”

A transição planetária diz respeito à mudança evolutiva pela qual a Terra está passando. Foram muitos séculos estagiando como um planeta predominantemente marcado pelo sofrimento e pelas expiações – pertencente à categoria de mundos de provas e expiações. Agora o nosso orbe vai passar a ser um mundo onde o bem, a paz, a harmonia e a fraternidade vão prevalecer.

Assim, a Terra vai integrar a categoria de mundos de regeneração. Os Espíritos que aqui vão reencarnar, em sua maioria, são ainda imperfeitos. Mas, de índole voltada ao bem, continuarão a sua jornada de desenvolvimento.

“Nestes tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral.”

Só a Terra vai passar por mudanças físicas?

Essa transição que está em curso é parte de um processo natural de evolução. E ela atinge não apenas o planeta em si, mas também os Espíritos que nele habitam. Ou seja, a transição planetária não se limita apenas a fenômenos físicos, como catástrofes naturais ou crises globais. Ela abrange, principalmente, mudanças profundas nos valores e na consciência da humanidade.

“O nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso. Ele progride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam.”

E, naturalmente, para que isto ocorra, os Espíritos menos evoluídos, propensos ao mal e que não se harmonizam com as novas vibrações do planeta, são gradualmente afastados para mundos compatíveis com o seu grau evolutivo.

Por outro lado, aqueles comprometidos com o bem comum continuarão a reencarnar na Terra. Além disso, Espíritos altamente evoluídos aqui estarão vivendo, contribuindo para acelerar o processo de desenvolvimento.

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A nova fase vai ser marcada por avanços intelectuais?

Muitas referências encontradas nas obras da Codificação Espírita soavam como um alerta para a chegada de um tempo marcado pelas grandes mudanças destinadas à regeneração da humanidade. Esta transição é vista como parte do plano divino para elevar a Terra a um novo estágio de evolução.

“O progresso intelectual realizado até o presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la.”

Portanto, este período, certamente, exige de nós uma postura vigilante e comprometida com os valores do amor, da caridade e da justiça. Esses, assim como todos os princípios morais, são fundamentais para a construção do novo mundo.

“Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade.”

Mas é importante observar que este processo não se desenrola de maneira uniforme ou linear. Existem períodos de aceleração, como o que vivenciamos atualmente, onde as mudanças são mais perceptíveis e os desafios se tornam mais intensos.

Existem sinais da transição que podem ser observados?

Os sinais da transição planetária podem ficar evidentes em diversos aspectos da vida na Terra, tanto pelos aspectos físicos como pelos espirituais. A crescente insatisfação com as injustiças sociais, o aumento da busca por espiritualidade e sentido na vida, a necessidade de reformulação das instituições humanas são apenas alguns exemplos das transformações em curso.

“Mas uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio.
É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram consequência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da humanidade.”

Além disso, eventos como pandemias e catástrofes ambientais também são interpretados como manifestações dessa transição. Servem como mecanismos de purificação e reestruturação planetária. Outros, ocasionados pelo descaso de setores da humanidade com a sua morada terrena, impelidos pela ganância e pela cobiça. Tanto os desastres naturais, como outros de grandes proporções causados por falhas técnicas ou humanas, podem ser instrumentos utilizados para os necessários resgates coletivos.

“A humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.”

Quer dizer que esse evento planetário é mais de ordem moral?

A transição planetária, como se pode entender, não é apenas um processo físico, mas também – e principalmente – moral e espiritual. Para isso, está em andamento um intenso movimento de preparação e seleção dos Espíritos que continuarão a sua jornada evolutiva na Terra, alinhados com as novas características morais daqueles que aqui terão a sua morada.

“Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da humanidade.”

Além disso, Espíritos mais elevados estão sendo convocados a reencarnar no planeta para auxiliar na construção desse novo mundo. Por outro lado, aqueles que ainda necessitam de experiências em mundos inferiores, para burilar o seu temperamento a proporcionar maior aprendizados, irão para outros orbes, de provas e expiações ou mesmo mundos primitivos.

O que acontece com quem não aceita essa mudança moral?

Os Espíritos rebeldes ou maldosos, cuja sintonia ainda continua ligada às regiões do submundo espiritual, não poderão, portanto, reencarnar na Terra. Eles seguem para reencarnações em outros mundos, de acordo com a sua vibração e sua necessidades de aprendizado. Isto vai permitir que aqui se estabeleça com mais facilidade um ambiente de paz e harmonia, onde o bem-estar e o progresso beneficiarão a todos.

“Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso.

Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.”

Um mundo primitivo, para onde estão sendo transferidos os Espíritos mais endurecidos e resistentes a aceitar uma renovação moral, seria o planeta chamado por Chico Xavier de Quíron, conforme relata Geraldo Lemos, que está acolhendo os Espíritos degredados da Terra.

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Quando começou e quando termina o processo da transição planetária?

O início exato da transição planetária é incerto. Alguns dizem que começou com a vida de Jesus, que veio preparar a humanidade para a realidade da vida espiritual e a renovação da vida moral.

Outros dizem que teria sido com o advento do Espiritismo e da Codificação da Doutrina Espírita, por Allan Kardec, quando elevadas entidades espirituais trouxeram maiores esclarecimentos sobre os conceitos do Cristo que haviam ficado velados, pois a humanidade ainda não estava preparada para conhecer a verdade.

Mas no segundo episódio do programa Pinga-Fogo, exibido na TV Tupi – Canal 4, no dia 21 de dezembro de 1971, Chico Xavier respondeu a várias perguntas. E como publicado no livro “Plantão de Respostas – Pinga Fogo II“, sob o título “Condições do Planeta – I”, Chico menciona que, segundo Emmanuel, a Terra passará para a categoria de mundo de regeneração por volta de 2057.

Um dia, a Terra vai amanhecer diferente?

Precisamos salientar que não vai acontecer uma mudança instantânea nas condições do planeta. Será o princípio dessa nova era, quando o desenvolvimento moral e intelectual começará a transformar as relações sociais.

“A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.
Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem. Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos.”

Divaldo Franco, em uma palestra de 1999, afirmou que 200 mil Espíritos altamente evoluídos retornarão à Terra em 2025, um marco significativo da transição. Certamente, muitos outros acontecimentos terão lugar no novo cenário até a conclusão da fase de regeneração, que pode se estender por milênios, até a conclusão deste estágio e a elevação da Terra para a ordem de mundos felizes ou ditosos.

Recomendações de leitura e estudos complementares para entender melhor a transição planetária.

Para aqueles que desejam aprofundar seu entendimento sobre a transição planetária, diversas obras espíritas oferecem informações valiosas sobre o tema. Entre elas, destacam-se:

Transição Planetária (2010), pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Franco – este livro detalha o processo de transição pelo qual a Terra está passando, explicando os desafios e as oportunidades que essa fase oferece à humanidade.
Perturbações Espirituais (2018) e No Rumo do Mundo de Regeneração (2020) – Estes livros complementam a obra “Transição Planetária”, formando uma trilogia que explora a complexidade do momento atual e as influências espirituais que moldam o futuro da Terra.
Despertar – Nossos Desafios na Transição Planetária, de Haroldo Dutra – Com uma abordagem que integra ensinamentos bíblicos e espíritas, esta obra ajuda a compreender a dimensão espiritual e moral das transformações que estamos vivenciando.

Para aprofundar ainda mais o entendimento sobre a transição planetária e seus desdobramentos, palestras de médiuns e estudiosos do Espiritismo, como Divaldo Franco, Haroldo Dutra Dias e outros, oferecem valiosas reflexões e orientações para enfrentarmos os desafios da transição com serenidade e confiança.

Em nosso site, a pesquisa por “Transição Planetária” também traz várias publicações abrangendo diferentes pontos sobre este processo evolutivo.

Um chamado para participar ativamente da transição planetária que trará a Terra do futuro.

Estamos vivendo um momento ímpar na história da Terra. A transição planetária, conforme revelado pelo Espiritismo, é um chamado que abrange toda a população – encarnada e desencarnada – para a renovação interior.

Como vemos, portanto, a transição planetária nos conduz inevitavelmente a um novo estágio evolutivo: o mundo de regeneração. Neste futuro próximo, o bem será a norma, e os valores morais de justiça, fraternidade e caridade prevalecerão. Os Espíritos que habitarem a Terra nesse novo ciclo serão aqueles que, por mérito e esforço, conquistaram seu lugar nesse ambiente de paz e progresso.

Durante esse processo, é essencial que nos mantenhamos firmes na fé e no trabalho do bem, mesmo diante das turbulências que podem surgir. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção desse novo mundo, e é através de nossas ações, pensamentos e escolhas diárias que contribuiremos para a regeneração da Terra.

A Terra está se transformando, e com ela, todos nós estamos sendo convidados a participar ativamente desse processo, construindo, com amor e dedicação, o mundo de paz e harmonia que almejamos.

Redação Espiritismo em Foco